Ao longo dos 23 anos em que
exerci funções na Escola EB23 Dr. José dos Santos Bessa, da Carapinheira, 21
dos quais na qualidade de diretor, pude acompanhar bem de perto o esforço e
empenho de uma associação que se destaca pelo entusiasmo que dedica à causa que
abraçou.
Com efeito tive o privilégio de
poder acompanhar, praticamente desde a sua génese, o trabalho da LACAM e posso
testemunhar os sacrifícios, as lutas travadas, no sentido
de darem voz às principais preocupações de toda uma região, quer através das
ações desenvolvidas em prol da defesa das tradições e património
histórico-cultural, quer associando-se a outras instituições, entre as quais a
escola EB23 Dr. José dos Santos Bessa, a autarquia, a Universidade de Coimbra,
os grupos etnográficos, entre tantos outros que poderia aqui destacar, na
salvaguarda de espécies animais e vegetais autóctones, ou que escolheram a
região do baixo mondego nas suas rotas migratórias.
Pude acompanhar o esforço
desenvolvido no sentido de serem criadas as condições necessárias à guarda e
preservação de um conjunto vasto de tradições desde a gastronomia aos trajes,
alfaias agrícolas, lendas e histórias, cantigas e danças que podem hoje ser
conhecidas pelas mais jovens gerações, não existindo o risco de se perderem para
sempre.
O Museu do Campo representa o
apogeu do trabalho desenvolvido pela LACAM e possui um espólio de tal maneira
rico e variado que exige de todas instituições com responsabilidades no
património histórico-cultural, de âmbito regional e nacional, o máximo de
respeito, carinho e apoio.
Não poderia, nesta data em que se
comemoram os 25 anos da LACAM, deixar de prestar a minha sentida homenagem a
todos os que ao longo destes anos contribuíram para o crescimento desta tão
nobre associação e fizeram dela um pilar na defesa dos costumes, tradições,
património histórico e cultural, preservação das espécies e dos seus habitats,
de toda uma região.
Ricardo Dias
Professor, Ex-diretor do
Agrupamento de Escolas Dr. José dos Santos Bessa